domingo, 26 de outubro de 2008

Dalva



O conto "Dalva" retrata a procura realizada por um detetive particular a uma mulher que desapareceu da vida de um homem. Mudando de nome e profissão como quem muda de roupa, Dalva atualmente vive como cantora em um cabaré. Quantas surpresas e obstáculos o nosso detetive vai ter que viver e superar para concluir seu trabalho? Será que a busca está terminada com a indicação recebida? O começo do conto está aí:
DALVA
As luzes piscavam coloridas. Rodavam pelas paredes. Desciam do teto ao chão e depois subiam novamente. Enquanto o baixo marcava o ritmo, o trompete harmonizava com o saxofone. O teclado levava a melodia mansa que embalava os poucos casais na pista de dança.
Nas mesas, outros tantos casais se preparavam para uma noite de amor e negócios. Os garçons passavam ágeis, cegos e surdos aos não poucos exageros cometidos por alguns clientes. Entretanto, escutavam com presteza o pedido de mais uma cerveja, um pratinho de batata frita ou um filezinho. Não era raro encontrar uma calcinha perdida sob as pernas abertas das mesas.
O oferecimento dos corpos era o negócio daquele lugar. Lá e em tantos outros por ali. Música, bebida, homens sozinhos, mulheres que procuravam homens sozinhos para uma noitada.
E, naquela noite, Sérgio era um desses homens sozinhos. Entrara para desopilar o fígado como ele mesmo dissera. Voava nas notas, às vezes desafinadas, do conjunto. A voz firme e rouca do crooner evocava em Sérgio uma sensação gostosa de conforto e relaxamento. Era disso que ele precisava e procurava naquele lugar.

Leia no livro resto do conto, que é grande demais para ser postado aqui no blog, o aparecimento de Jezebel, a surpresa no encontro com Lúcia, as reminiscências da infância, e o desfecho como só a vida sabe dar.


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